domingo, 17 de outubro de 2010

Dia do Consumidor Consciente reforça a importância de se repensar o consumo

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Foto: Tom

Se o crescimento da economia, especialmente nos países em desenvolvimento, tem alavancado o consumo em todo o mundo, as notícias constantes sobre os efeitos desse fenômeno no planeta estão fazendo com que os consumidores comecem a repensar seus hábitos e comprar com mais consciência. É exatamente esse o princípio celebrado neste 15 de outubro, Dia do Consumidor Consciente.

A data, originada a partir das comemorações do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor (que também acontecem nesta sexta-feira), busca alertar a população para os riscos eminentes do consumo excessivo.

Segundo o Relatório Planeta Vivo 2010, divulgado esta semana pelo WWF, se continuarmos vivendo da forma como estamos hoje, em 2030 será preciso dois planetas para manter a capacidade produtiva e satisfazer a nossa pressão sobre os recursos terrestres.

"Os países pobres, frequentemente tropicais, estão perdendo biodiversidade a uma velocidade muito alta", afirmou Jim Leape, diretor-geral da WWF Global. "Enquanto isso, o mundo desenvolvido vive em um falso paraíso, movido a consumo excessivo e altas emissões de carbono."

Para a presidente da WWF Internacional, Yolanda Kakabadse, não é possível separar o crescimento do consumo da destruição do meio ambiente. “Não fizemos o suficiente para relacionar o nosso alto nível de consumo com a destruição da biodiversidade”, afirmou.

De acordo com o presidente do o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) do Rio de Janeiro, Luiz Firmino, não há mais dúvidas de que o futuro das questões ambientais está diretamente associado à consciência daqueles que movimentam os comércios em todo o mundo.

“Se o consumidor demandar produtos de uma origem que ele sabe que foi feito de uma forma ecologicamente correta ou sustentável, ele mesmo tem o poder de regular esse mercado”, afirmou, lembrando ainda que essa data deve servir para alertar a todos sobre o que cada um pode fazer para contribuir com a conservação do planeta.

Políticas públicas prometem revolucionar o consumo no país

No Brasil, algumas novidades no setor público prometem fazer uma “revolução” nas relações de consumo dos brasileiros. A primeira delas, sancionada em agosto pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, é a Política Nacional de Resíduos Sólidos, que irá, entre outras medidas, promover a não-geração e redução de resíduos sólidos e intensificação de ações de educação ambiental no país.

Além disso, a política de logística reversa, presente na nova lei, fará com que todos os envolvidos na cadeia de comercialização dos produtos sejam, em algum nível, responsáveis pela destinação dos resíduos. Isso aumentará o encargo dos cidadãos sobre o lixo gerado por cada um deles e, consequentemente, a importância de repensar o consumo individual - base de todo processo.

Outra política que pretende movimentar o setor parte do Plano de Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS), de iniciativa do Ministério do Meio Ambiente. A proposta busca fazer com que o consumo consciente deixe de ser visto como alternativo e passe de segmento de mercado à regra geral.

Para isso, pretende colocar na mesma mesa integrantes do governo, do setor produtivo e da sociedade civil para mostrar que responsabilidade socioambiental dá lucro e ajuda a mover o país em direção ao desenvolvimento sustentável.

O plano foi produzido de acordo com os novos marcos legais da Política Nacional de Resíduos Sólidos e as resoluções do Conama e está disponível para consulta pública e contribuições até o dia 11 de novembro de 2010 no site www.mma.gov.br/ppcs.

Para a secretária da Articulação Institucional e Cidadania Ambiental, Samyra Crespo, é possível estabelecer novos padrões de produção e consumo em curto prazo, contanto que haja informações suficientes e produtos chegando às prateleiras dos supermercados a preços acessíveis e com responsabilidade ambiental comprovada.

E há quem concorde com ela. Segundo uma pesquisa divulgada em 2009 pela Datafolha, e encomendada pela ONG Amigos da Terra, os brasileiros estão dispostos a pagar um valor mais alto em prol da preservação da biodiversidade.

Segundo os resultados, 81% dos entrevistados aceitariam pagar mais caros por madeiras, castanhas, madeiras, portas, pisos ou mel que fossem certificados. Já 85% das pessoas consultadas afirmaram que desembolsariam mais por produtos agrícolas ou carne certificada.


Fonte:http://www.ecodesenvolvimento.org.br/noticias/dia-do-consumidor-consciente-reforca-a-importancia

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