sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Consumir de forma consciente e sustentável

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O consumo consciente faz bem para seu bolso e para o meio ambiente/Foto: Jorge Franganillo

Consumir não é apenas comprar. Esse ato, tão comum no nosso dia-a-dia, envolve um processo complexo de escolha do que comprar, por que fazê-lo, como e de quem consumir, qual será o uso daquele produto ou serviço e as conseqüências do descarte.

Do momento em que acordamos até a hora de dormir, nós consumimos água, eletricidade, pasta de dente, comida, sabonete, combustível, papel e outra infinidade de produtos. Mesmo sem abrir a carteira nenhuma vez durante um dia você terá consumido muita coisa.

Todo esse material causa grandes impactos no mundo. Seja a nível pessoal, econômico, social ou ambiental, o consumo tem importância fundamental no processo evolutivo da humanidade. E por estar crescendo de forma descontrolada em todo o mundo, ele já é responsável por graves conseqüências na desigualdade social e no desequilíbrio ambiental do planeta.

Por isso, aprender a utilizar o instrumento do consumo a nosso favor, produzindo e consumindo produtos e serviços de maneira diferente da atual, se torna cada dia mais necessário. Mas afinal, como consumir de forma sustentável?

Antes da Compra: três perguntas básicas

Antes de comprar, se planeje. Para comprar com consciência e evitar conflitos, do tipo “não sei pra que comprei isso”, o consumidor deve, antes de sair às lojas, responder a três perguntas básicas:

- O que vou comprar? É difícil resistir ao bombardeio de propagandas que vemos diariamente nos dizendo o que fazer, como nos vestir, o que comer. Todos os dias as lojas têm uma novidade nos esperando, e o que era lançamento há alguns meses, hoje é peça de museu. Ao comprar faça uma análise atenta e criteriosa se aquilo é realmente necessário e se, dentro de algum tempo, ainda vai te servir. Comprar por impulso é gastar o dinheiro de forma desnecessária e produzir mais lixo para o planeta.

- Quando vou comprar? Essa pergunta tem a ver com o planejamento financeiro. Não é raro a ansiedade nos empurrar a fazer uma compra que não é necessária. Por isso, antes de decidir consumir algo, pergunte-se se você precisa mesmo daquilo agora, se não é possível esperar outro momento, quando o mercado disponibilizar um produto melhor e mais barato (o que ocorre com muita freqüência, especialmente com os eletroeletrônicos) ou aguardar as mega liquidações de final do ano.

- De quem vou comprar? De empresas sócio-ambientalmente responsáveis. Para saber exatamente quem são essas empresas e onde encontrá-las, o consumidor deve pesquisar e se informar. Muitas ferramentas já estão à disposição e podem ser consultadas na internet e em órgãos de defesa do consumidor.

Portanto, certifique-se de que aquela empresa respeita o consumidor, o meio ambiente, o trabalhador, se possui programas de responsabilidade social e se está atenta e trabalhando para reduzir seus impactos e melhorar a qualidade de vida no planeta. Lembre-se que essa pesquisa não deve se restringir apenas ao produto, mas a todos os aspectos que envolvem a sua fabricação.

Diversas organizações no Brasil e no mundo, como o Instituto Ethos, o Akatu, a Abrinqe o Greenpeace, ajudam a atestar se uma determinada empresa ou organização estão em dia com suas obrigações sociais.

Outras, como o Idec, Pro Teste, Procons, Sindec e sites como o Compra Consciente e oReclame Aqui ajudam a desmascarar o mau fabricante e/ou mau comerciante.

Na hora da compra

Se depois responder as três perguntas acima você está certo de que precisa comprar determinado produto ou contratar um serviço, fique atento a algumas dicas:

- Pesquise preços e qualidade dos produtos. Dê sempre preferência àquele com o melhor custo-benefício e lembre que o barato pode sair caro. Produtos muito descartáveis chegarão aos aterros sanitários pouco tempo após sua compra, agravando a situação ambiental. Por isso, escolha aqueles com alta durabilidade.

- Conheça seus direitos. O Código de Defesa do Consumidor é a lei que protege o consumidor dos maus fornecedores. Saiba quais são os seus direitos e deveres e cobre do estabelecimento onde for consumir.

- Dispense embalagens e sacolas. Sempre que possível, evite sacos, papéis, caixas e envelopes utilizados para transportar suas compras. Eles acabam no lixo - poluindo solo, lençóis freáticos, mares e oceanos - entopem bueiros, exigem muita matéria-prima para sua fabricação e não tem serventia após o uso. Se for impossível dispensar as embalagens, prefira as re-utilizáveis ou leve sua eco-bag.

Depois da compra

Quando o consumidor se prepara para efetuar uma compra ou contratar um serviço, ele reduz consideravelmente a possibilidade de enfrentar problemas com a sua aquisição. Caso, mesmo assim, aconteça algum problema e você precise trocá-lo, fique atento às leis do Direito do Consumidor.

- Garantia. Primeiro verifique se o produto ou serviço ainda estão na garantia. Os produtos duráveis têm garantia legal de 90 dias e os produtos e serviços não duráveis são assegurados por 30 dias. Verifique também a garantia contratual, ou seja, aquela que o fornecedor oferece para seus produtos. O período deve estar marcado no termo de garantia entregue com o produto. É importante ter a nota fiscal.

- Procure o fornecedor. A loja ou o fabricante tem 30 dias para realizar o reparo no produto ou serviço. Caso esse prazo não seja cumprido, o consumidor pode exigir a substituição do produto por outro da mesma espécie, a restituição imediata do dinheiro ou o abatimento proporcional ao preço do produto.

Descarte

Cada brasileiro produz por dia cerca de 500 gramas de lixo e apenas 2% da coleta domiciliar é reciclado. Do total de materiais enviados aos aterros sanitários de todo o país, 50% poderia ser reutilizado na fabricação de novos produtos.

Entretanto, muitos brasileiros ainda não se deram conta de que colocar lixo para ser recolhido pelos serviços de coleta não faz com que ele simplesmente desapareça. Por isso, não basta apenas reciclar e reutilizar. A palavra-de-ordem é reduzir.

Como reduzir a produção de lixo:

• Reduzir o desperdício;
• Reutilizar o que, a princípio, parece não ter mais serventia;
• Separar os materiais recicláveis.

A reciclagem diminui a poluição do solo, água e ar, aumenta a vida útil dos aterros sanitários, gera receita com a comercialização dos recicláveis, empregos para a população carente e melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população.


Fonte:http://www.ecodesenvolvimento.org.br/voceecod/pense-bem-e-consuma-com-consciencia

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