quinta-feira, 9 de setembro de 2010

IBGE divulga Indicadores de Sustentabilidade do Brasil



Nesta quarta-feira, 1 de setembro, o IBGE divulgou os IDS – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável referentes ao ano de 2010, que apontaram que, embora o país tenha evoluído nos principais aspectos socioambientais avaliados, ainda há um longo caminho para percorrer rumo ao desenvolvimento sustentável, sobretudo na preservação da biodiversidade.


Em comparação ao ano de 2007, o Brasil manteve seu ritmo de crescimento econômico e evoluiu nos principais indicadores socioambientais analisados, mas as desigualdades socioeconômicas e os impactos ao meio ambiente ainda são grandes em todo o país, o que compromete o desenvolvimento sustentável do Brasil. Essa é a principal conclusão dos IDS 2010 – Indicadores de Desenvolvimento Sustentável de 2010, divulgados hoje, dia 1 de setembro, pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Ao todo, 55 aspectos – ligados direta ou indiretamente ao desenvolvimento sustentável do país – foram analisados pelo Instituto. Para facilitar a avaliação, eles foram divididos em quatro grandes grupos.

O primeiro, chamado de Dimensão Ambiental, analisou questões referentes à ar, terra, água, biodiversidade e saneamento e concluiu que, apesar de grandes avanços em algumas áreas e estabilidades em outras, ainda existem grandes desafios ambientais a serem superados no país, sobretudo quando o assunto é degradação dos ecossistemas e perda de biodiversidade. Isso porque, apesar de ter diminuído, o desmatamento já atinge14,6% da Amazônia Legal e quase metade do Cerrado. Na Mata Atlântica, a situação também é crítica: restam menos de 10% do território. Enquanto isso, o IDR apontou que as UCs – Unidades de Conservação federais ocupam, apenas, 9% de todo o território brasileiro.

Os indicadores de Dimensão Ambiental ainda terminaram com um alerta: apesar de continuar baixo, o índice de consumo de substâncias destruidoras da camada de ozônio – presentes, por exemplo, em ar-condicionados, solventes e extintores de incêndio – sofreu um pequeno aumento, com relação ao ano de 2007. O resultado influenciou em outro IDS, referente à qualidade do ar: nas grandes cidades, a poluição atmosférica se manteve estável, mas a concentração de ozônio cresceu, aumentando o risco de casos de câncer e cegueira entre a população (para saber mais, veja o infográfico Sem Proteção: o buraco na camada de ozônio).

O segundo grupo, nomeado de Dimensão Social, analisou as questões ligadas à satisfação das necessidades humanas, melhoria da qualidade de vida e justiça social, avaliando setores como saúde, educação, habitação e segurança. Entre as conclusões desse grupo, estão:
– maior redução nas desigualdades de gênero, do que nas de cor e raça;
– queda da mortalidade infantil e aumento da esperança de vida
– condições de moradia inadequadas nos domicílios de 43% dos brasileiros e
– 25,4 mortes por homicídio e 20,3 por acidente de transporte, a cada cem mil habitantes.

Questões ligadas ao desempenho macroeconômico do país e aos padrões de produção e consumo foram reunidas no grupo de Dimensão Econômica, que mostrou que:
– em 2009, o consumo de energia anual de cada brasileiro chegou a 48,3 gigajoules – o segundo maior índice da história do país – e a eficiência energética do uso não aumentou;
– quase metade da energia brasileira provém de fontes renováveis e
– mais de 90% das latas de alumínio produzidas hoje no Brasil são recicladas.

Por fim, o grupo denominado Dimensão Institucional analisou questões que dizem respeito aos esforços feitos pela sociedade e, principalmente, pelo governo para ajudar no desenvolvimento sustentável do Brasil. A avaliação mostrou que, nesse aspecto, os avanços do país se concentraram no acesso à telefonia e internet: os domicílios que possuem acesso à rede quase triplicaram entre 2001 e 2008 e o acesso à telefonia móvel dobrou de volume em quatro anos. Além disso, os IDS apontaram que o investimento nacional em Pesquisa e Desenvolvimento aumentaram de R$ 12 bi, em 2000, para R$ 32,7 bi, em 2008, embora ainda não representem mais de 1% do PIB brasileiro.

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